
Avenida Brasil congestionada e tal, quando chegamos lá por Araruama eu já estava estourado de dirigir e estava na cara que não dava pra chegar em Marataízes naquela noite. Como eu tinha ótimas lembranças de infância em Araruama, foi naquela lagoa que eu aprendi à nadar com a minha prima Georgina quando eu tinha uns 8 anos, achei uma ótima idéia passar a noite lá e depois prosseguir a viagem no dia seguinte.

O jeitinho era comprar um título do Camping e poderiámos passar uma noite lá e no futuro usufruir dos benefícios do tal título. Fomos ver a cabine. Dava pra quebrar o galho. Enquanto a Cláudia tomava um banho e fui lá pra o escritório preencher o tal título. Ele permitia que você incluísse como dependentes mãe, irmã ou esposa. Minha mãe não era do tipo camping, irmã não tenho – tenho dois irmãos. O vendedor disse para eu botar o nome da minha esposa. “Bem, ela não é de fato a minha esposa, é a minha namorada”.
O vendedor disse que não fazia mal e que podia por o nome dela assim mesmo.
Voltei pra cabine morrendo de rir e dizendo que ela tinha virado a minha “esposa”. Depois, entre beijos e carinhos, eu disse que se “aqui fosse como nos Estados Unidos, eu casava com ela mesmo”. Ela tinha ouvido falar que havia um lance com dispensa de proclamas e resolvemos ríndo que iríamos nos casar em Marataízes.
No dia seguinte, curtimos a lagoa salgada (só encontrei água mais salgada quando fui ao Mar Morto, em Israel, em 1996) e prosseguimos viagem. Chegamos em Maratáizes, anunciando que íriamos nos casar lá, e fomos recebidos com festa e carinho pela garotada que nem tava fazendo muita fé que a gente iria mesmo. E também com o único quarto com cama de casal. A gente se divertia durante o dia, e de noite a galera ia pra baile e a gente ficava em casa, em lua de mel.

Terça de carnaval de tarde. Claudia e eu esparramados na rede e o Marco Imperial tocando violão. E eu digo: “E o nosso casamento?” E ela diz: “Vamos”. E eu digo: “Eu estou falando sério”. E ela diz: “Eu também. Com uma condição. E eu pergunto: “Qual?” E ela diz: “Se não der certo a gente se separa como amigos”. E eu: “Perfeito!”. E me viro para o Marco e digo pra ele pra parar com o violão porque ele tem que nos mostrar onde é o cartório. Ele disse: “Se eu me levantar daqui vocês vão ter que casar mesmo, hein!”
Como ele era “de menor” fomos catar a Marluce no bar e fomos para o cartório, que claro, era na residência da tabeliã. Batemos palmas e lá veio Dona Georgette espantada porque neste momento eu estava vestindo uma mini-blusa da Claudia e ela uma das minhas camisas. Mas eu expliquei que a gente tinha gostado tanto de Marataízes que queríamos nos casar lá. Ela disse que só com autorização do Juiz, e nos deu o endereço dele. Lá fomos nós.


A Cláudia improvisou uma linda saída de praia de rendas ao contrário como vestido de casamento, e eu vestí a minha camisa dourado com enfeites de purpurina. Casamos. E fomos como convidados de honra para o Baile do Iate, onde todos vinham espiar “os que casaram”.

Em 1973 a campeã do carnaval foi a GRES Estação Primeira de Mangueira, com Lendas do Abaeté.
2 comments:
As aventuras de André José Adler!
Eh o amooor!
to vendo que o livro vai sair sim...
vai sair em forma de blog.. com um capitulo novo a cada dia..
parabéns...gostei msmo
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