Friday, February 18, 2011

AOS TIMES DO TORNEIO TOUCHDOWN III - 2011


Esta carta, enviada em 28 de Janeiro deste ano para os representantes dos times, torna-se aqui aberta.



Pessoal,

Obrigado ao, Jaraguá Breakers, Vila Velha Tritões, Vasco Patriotas, Curitiba Hurricanes, Ponta Grossa Phantoms, samurais e grandes parceiros do Torneio Touchdown 2010. Obrigado ao Tubarões do Cerrado, do elenco do pioneiro Torneio Touchdown 2009, que voltam para casa e a encontrarão ainda mais acolhedora. Obrigado ao Corinthians Steamrollers, usando este ano a sua chave da porta e entrando enfim.

Obrigado ao Santos Tsunami que nos abriu as portas para uma final em Vila Belmiro no ano passado que já está na história do esporte, e agora é peixe na nossa rede. Obrigado ao Timbó Rhinos que nos escolheu para a sua segunda investida em campeonato nacional. Obrigado ao Uberlândia Lobos por enfim farejar a melhor trilha para a sua
alcatéia.

Obrigado ao Sorocaba Eagles por virem sair do ninho no TTD, ao Botafogo Mamutes por nos fazer a sua praia de estréia em grama, ao Curitiba Predadores que vai estreiar no paranaense e já mergulhar de cabeça na nossa onda, ao Corupá Buffalos que encantou a todos com umvideo, e traz a sua manada para os nossos pastos, ao ABC Corsarios que viu nossa final de camarote e agora quer sair do conforto para o
campo.

Obrigado ao pioneiro do flag paulista São Paulo Sharks e ao Ribeirão Preto Challengers que nos honram com uma garra e vontade tão grande que disputarão uma vaga no torneio deste ano em campo, mas ambos já adquiriram o seu lugar entre nós.


Em 2008, após narrar o histórico jogo equipado entre o Brown Spiders e o Crocodiles em Curitiba, entusiamado com o que ví acontecer, propus a idéia de um campeonato nacional equipado como o que acompanhei em 3 temporadas na Hungria, nas duas últimas produzindo, apresentando e dirigindo um programa chamado “Touchdown”que divulgou muito a bola oval naquele país. Disto surgiu a idéia de um “Torneio Touchdown”, esperançoso que eu pudesse fazer o mesmo aqui, em voltando após 30 anos no exterior. Esta proposta foi feita numa reunião com dirigentes de times (David, do Hurricanes, estava lá) e da AFAB.

Voltei para Budapest, e logo fui informado que havia um movimento para a formação de um campeonato, e fui convidado à participar do seu Grupo Gestor. Como a MAFL, a liga húngara, não conseguiu o mesmo acordo que tinha com o canal SportKlub, onde eu já comentava jogos da NCAA desde 2006 e nem patrocinador, a tentação de vir para o Brasil aumentou. Decidí e aceitei participar do Grupo Gestor como Conselheiro.

No Torneio de Seleções de 2009 em Sorocaba, Mario Lewandowski teve a iniciativa de me levar para uma reunião com times que teriam equipamentos e disposição para jogar um campeonato para dar credibilidade com a minha presença e obter um termo de compromisso que foi lavrado. Nesta reunião eu insistí que o campeonato se chamasse
Torneio Touchdown, apontando que marcaria mais que simplesmente ‘campeonato brasileiro de futebol americano’, já que temos campeonato brasileiro de tudo.

Como creio que todos sabem, a minha vivência anterior com esportes foi como narrador na ESPN Internacional e no Sportklub, desde 1992. Mas na Hungria, acompanhei de perto o trabalho do presidente da liga local de quem fiquei amigo e até mesmo conselheiro quando pedido. Somando isto a minha experiencia em televisão, teatro, rádio, cinema e publicidade em frente e atrás das cameras, e produção também nestas áreas, acreditei que poderia ser um bom conselheiro,e também me esforcei para conseguir o máximo de divulgação para o torneio.

Vendí para a ESPN a idéia de reportagens para The Book is on the Table, e a verba
com a qual queriam que eu fizesse 4 desdobrei para 8 para dar o máximo de visibilidade. Nas primeiras matérias, apenas times que pudessem custear minhas viagens e captação de imagens apareceram. Depois, a ESPN abriu a mão e assumiu meus custos de viagens e forneceu equipe para gravação e chegamos à 12 matérias. Foi legal, mas não levou gente para os nossos estádios.

Durante o campeonato de 2009 eu acabei tendo uma função mais executiva como conselheiro, pois a estrutura do Grupo Gestor com 4 membros representando 8, seus adversários, deixou a desejar em comprometimento e eficiência.

Propus aos 8 times algumas novidades para 2010, entre elas que não houvesse um grupo gestor representando seus adversários, mas que cada um e todos os times tivessem voz ativa nos seus interesses.

Uma idéia que agradou à muitos, mas alguns membros do grupo gestor perceberam
que haveria uma diluição de poder e fizeram um complô pelas minhas costas para me excluir de um campeonato que eu mesmo havia idealizado em Curitiba, alegando oficialmente que só os times deveriam gerir, e nos bastidores propagando falsidades à meu respeito com o incentivo de algumas aves de rapina que já rondam o nosso precário esporte. Os mesmos que me adulavam colocando meu nome em taças e troféus, quando isto daria mais visibilidade na mídia, me golpeavam pelas costas.

Apenas não me conheciam o bastante para saber que aos 66 anos, ainda sou guerreiro nas coisas que acredito. Até então eu confiava em todo mundo, mas após o choque eu registrei no INPI o nome “Torneio Touchdown” antes que algum espertalhão o fizesse.

Mas o nome sem times pode ser interessante mas não é nada, não é um campeonato. E apostando na filosofia de um campeonato com a participação ativa dos times que nele estivessem, busquei o apoio da AFAB numa reunião com o Miguel Lopes e o Rodrigo Hermida o obtive.

Isto me incentivou a convidar times e sete deles tiveram fé e coragem bastante para acontecer a segunda edição do torneio em 2010.

Os resultados de cada uma destas filosofias de gestão ficaram personificados através de seus respectivos campeões no fim do ano.

Mais uma vez quero declarar o que muitos sabem. Acho que os jogos com a bola oval são mais importantes que qualquer campeonato, acredito nesta alternativa esportiva à mais para os brasileiros, e gosto de ver ou saber que ela cresce no pais nos gramados e praias, com ou sem equipamentos.

Mas o desenvolvimento do esporte como espetáculo para público é meu
foco. Acredito que patrocinador quer vender. E seu patrocínio dependerá da presença de público, seus consumidores, nos estádios. Em 2010 tivemos 10000 espectadores em 17 jogos. Publicamos números sem inflar na miséria e na riqueza. Fossem 100 ou 2100 espectadores.

Conseguimos fazer um belo campeonato em 2010, sem nenhuma desavença relevante, com um ótimo espírito de equipe e dos seus resultados 5 dos times aqui presentes participaram e todos os outros ficaram sabendo.

É com verdadeira humildade, mas com a segurança de saber que consegui fazer o que me propus tendo 7 times participando, que peço a Deus que me dê força, paciencia e sabedoria nas decisões agora que vamos para o Torneio Touchdown III com 16 times jogando. Aprendi em 2009 e usei em 2010. Aprendi em 2010 e quero usar isto e aprender ainda mais em 2011.

Agradeço a fé que vocês estão botando em mim e saibam que deposito a mesma em vocês. Um espírito e atos de colaboração durante o campeonato todo. Sem eles não alcançaremos os nossos objetivos. Temos agora times mais experientes e menos experientes. O equlibrio que permitiu que de fato apesar de um campeão apenas, os times de 2010 possam todos se considerar vencedores.

Sou de fato chato e cobrador nas coisas em que vocês se comprometem e comprometerem. Cada um de nós precisa de disciplina de trabalho e eu também. Tenho que me lembrar que é um esporte amador. Passei a vida trabalhando profissionalmente sendo pago para dar conta do recado, ou pagando para que os outros dessem.

É difícl conseguir qualidade profissional sem um grande capital. Faremos apenas o melhor que pudermos individual e coletivamente. Mas não menos do que o melhor que pudermos.

A bola é sua, a bola é minha, a bola é nossa!

abraços

André José Adler

PS: Encorajo que vocês compartilhem isto tudo com seus jogadores,
essência do nosso esporte.

Tuesday, February 15, 2011

“Rita Bowl”

Em 2009, no primeiro Torneio Touchdown, entraram os times que tinham equipamento ou teriam até a abertura do campeonato. Foram oito. O critério era unicamente este. Em 2010, os times pioneiros optaram por continuar o seu desenvolvimento fundando uma liga própria para um novo campeonato de futebol americano.

Acreditando numa gestão sem cargos que possam criar sequer uma aparência de parcialidade ou favorecimento para times representados em diretoria por rivais, optei por assumir o Torneio Touchdown II e convidei sete times, “Os Sete Samurais”, para estrearem seguindo esta filosofia.

Com o apoio da AFAB, e sem fazer grandes promessas, mas com clareza nos nossos objetivos e com um grande espírito de colaboração de todos os times conseguimos fazer um campeonato equilibrado e de sucesso maior que o esperado, com excelente apoio de mídia, 10 000 espectadores, e ainda recompensados com a oportunidade de fazer a nossa final em Vila Belmiro. Pessoalmente, ainda posso botar na minha lista de vaidades ter sido o primeiro locutor a narrar um touchdown em estádio de Série A no Brasil.

Durante o ano pensei muitas vezes, que uma vez terminado o torneio, eu encerraria a minha curta carreira de organizador de campeonato, coisa que o Jayson Braga (Sideline Brasil) jamais acreditou e recentemente deu boas risadas ao ver que estava certo.

O sucesso de 2010, o empenho dos times, o interesse de novos times e a decisão de continuação no TTD por parte de cinco dos sete times que o disputaram no ano passado tornaram irresistíveis a vontade de satisfazer aos jogadores de inúmeros times brasileiros que me diziam em scraps e depoimentos no Orkut, twitts e mensagens diretas no twitter, recados pelo Facebook , emails, MSN e até pessoalmente que queriam jogar num Torneio Touchdown 2011.

Abrimos as portas e inscrições. Nosso anfitrião em Vila Belmiro, o Santos Tsunami, já estava no patamar. Com as portas abertas, o Timbó Rhinos, que nos havia presenteado com uma bela arte para a nossa final na Vila, resolveu entrar e tentar novos caminhos conosco. O Corinthians Steamrollers, um dos destaques em organização e criatividade de marketing no ano passado em sua primeira temporada nacional, também veio juntar-se ao grupo de 2010 formado pelo campeão Vila Velha Tritões, o vice Vasco da Gama Patriotas, o Curitiba Hurricanes e sua extraordinária defesa, o Ponta Grossa Phantoms que foi o único time invicto por duas semanas, e o jovem e surpreendente Jaraguá Breakers.

Estávamos com 8 times. Foi quando tivemos a grata satisfação de receber de volta o Tubarões do Cerrado, um dos fundadores do Torneio Touchdown, que fará conosco a sua terceira temporada nacional. Seu time amigo, o Uberlândia Lobos, achou no TTD o seu endereço certo para estréia nacional e veio junto para ser o primeiro time mineiro na história do torneio. Estávamos com 10 e de bom tamanho.

Mas muitos times novos já haviam pedido informações e expressado grande desejo de participar. Bruno Araujo, do Tritões e Ricardo Trigo, do Corinthians me botavam pilha para incluir mais times. OK. Vamos lá. Curitiba Predadores, time novo que vai estrear este ano no Campeonato Paranaense. Sorocaba Eagles, vindo do flag para o tackle. Corupá Buffalos, já com experiência no Campeonato Catarinense, que cativou a atenção de todos no FA com um excelente vídeo de apresentação. ABC Corsários, representando uma área onde o futebol americano já ferve há alguns anos. E então veio o Botafogo Mamutes (favorito do meu parceiro Marco Alfaro desde as nossas citações nas transmissões de NFL) , time tradicional das praias cariocas, que vai estrear na grama. Ficamos com 15 e naturalmente mais uma vaga.

Para não exagerar, tínhamos 5 times interessados ainda no “balaio”. Dos cinco, dois pareciam serem os candidatos mais plausíveis por uma série de razões: Ribeirão Preto Challengers, campeão do II Desafio do Triângulo Mineiro, e o São Paulo Sharks, o primeiro time de futebol americano de São Paulo, e o time com maior número de títulos da LPFA, começando também na grama.

Decidir não estava fácil. Conversei com parceiros. Liguei novamente para o Xico do Challengers e o Gabriel do Sharks. Ambos querendo. E eu sofrendo pela indecisão.

A gente nunca sabe de onde vem as respostas ou as boas idéias. O almoço estava quase pronto e Rita, minha sábia empregada (já diarista do Jayson também) me viu com expressão perdida em frente ao computador e perguntou “O que foi, seu André? (ela não me chama de Adler)”. Eu expliquei a situação e ela simplesmente: “Por que o senhor não bota os dois times para disputar jogando?”. Eu me lembrei das histórias em quadrinhos que lia em garoto e uma lâmpada aparecia quando alguém tinha uma idéia. Eu disse... “Rita, você é gênio!”.

Liguei para o pessoal do Challengers e o do Sharks e eles toparam. Assim que anunciei o jogo foi logo carinhosamente apelidado de Rita Bowl!
Portanto, dia 27 de fevereiro, às 14h30min, no Estádio João Meirelles, na Rua Dr. Alfredo Guedes 720, em Tambaú, SP, será disputada a 16ª vaga no TTD 2011, no primeiro evento do Torneio Touchdown III. Pena que só temos mais esta vaga. Quem perder já estará garantido, se quiser, para um provável Torneio Touchdown IV em 2012...

Sendo esta a primeira vez que uma vaga será disputada, já dá para prever um futuro quando um verdadeiro “Brasileirão” será jogado por campeões e vice campeões de estaduais. Até lá que haja campeonatos interestaduais e nacionais para absorver o crescente número de times que se equipam para fazer a bola oval crescer e se estabelecer como um esporte que vai achando o seu caminho no Brasil.

Monday, February 14, 2011

Nem só de bolas redondas vive um clube...


Em sua 3ª edição, o Torneio Touchdown, o pioneiro campeonato brasileiro de futebol americano terá o seu maior elenco até hoje. Com 8 times em 2009, 7 em 2010, e este ano 16 times vão participar do campeonato que surpreendeu à todos com a sua final em Vila Belmiro, pintando divisões de jardas num dos nossos templos sagrados do futebol que Charles Miller trouxe da Inglaterra, mas todos o consideramos há décadas como nosso.

Dos 16 times, 25% são ligados à clubes de futebol: Corinthians Steamrollers, Vasco da Gama Patriotas, Santos Tsunami, e o Botafogo Mamutes. . Em outra liga jogam o Fluminense Imperadores e o Coritiba Crocodiles. Isto sem falar no Palmeiras Locomotives que tem muita experiência na modalidade flag (sem contato) e o América Red Lions que joga nas praias cariocas.

Os times que completam o elenco do Torneio Touchdown III são o Curitiba Hurricanes, Ponta Grossa Phantoms, Jaraguá Breakers, Timbó Rhinos, Curitiba Predadores, Sorocaba Eagles, Tubarões do Cerrado, Corupá Buffalos, Uberlândia Lobos, e o ABC Corsários.

O sucesso deste torneio é tão crescente que a última vaga será disputada pelo São Paulo Sharks e Ribeirão Preto Challengers no “Rita Bowl” em 27 de fevereiro, às 14:30hs, no Estádio João Meirelles, em Tambaú, SP.

Do jeito que a coisa vai indo é questão de tempo para que os torcedores do Flamengo, São Paulo, Internacional, Atlético (s), Avaí , e outros passem a exigir de seus clubes uma associação com um destes times de futebol americano. Para não ficarem pra trás.