“RIO - Com 85 (sic) anos de idade e 65 de carreira, Ida Gomes morreu domingo, às 19h, em consequência de uma pneumonia, no Hospital Samaritano. Apesar de já estar doente, ela não deixou de ensaiar nas últimas três semanas. Além disso, estava preparando a peça "Idas e vindas", que estava sendo escrita para ela. Ela deixa um irmão e quatro sobrinhos. Ida Gomes será sepultada segunda-feira no cemitério israelita de Vilar dos Teles.” O GLOBO
Além de um irmão e quatro sobrinhos, Ida deixa muitos amigos, lembranças indeléveis dos seus inumeros trabalhos no teatro e na televisão, milhões de fans, e os colegas que tiveram o privilégio de contracenar com a grande atriz. Eu fui um deles.
Ida foi uma destas poucas pessoas de quem eu jamais ouví “falar mal”, coisa infelizmente rara no nosso universo de trabalho. Era uma presença poderosa e positiva. Mulher culta, poliglota.
Até Betty Davis teria sentido-se honrada por ter sido dublada por ela nos seus melhores filmes mostrados na televisão.
Um dia, eu tinha 12 anos, fui fazer um teste na Tv Tupi para um papel num teleteatro. O diretor, Mauricio Sherman, me levou para uma sala e me deixou lá sózinho lendo o script da peça. Depois, o Sherman voltou para a sala trazendo a Ida Gomes. Foi uma emoção muito grande. Me sentí valorizado. Eu já tinha assistido a Ida em muitos programas, sempre fazendo personagens fortes. Lemos o texto juntos, ela era a mãe cleptomaníaca e eu o filho cujo pai queria proibir o reencontro com a mãe. Não tenho como ter uma visão crítica e distanciada daquele distante momento. Mas lembro que foi fácil e muito prazeiroso. Ganhei o papel no Teatro das Nove e Meia. Foi quando começou tudo que sou.
Nosso último encontro foi no Rio, na minha festa de aniversário de 60 anos. Uma grande festa onde reví pessoas importantes e queridas dos muitos microcosmos do meu Universo. Ida estava lá. Alegre, querida por mim e por todos.
Aparecem nestas fotos além de Ida e eu, Maria Pompeu, Aracy Cardoso, Reginaldo Faria, Fernando Reski, e Luis Carlos Buruca. Pompeu, Aracy e Ida foram minhas mães teatrais.
Que bela vida ela viveu.
Trabalhamos em cinema em 1969, no filme "A Penúltima Donzela" de Fernando Amaral, e irônicamente, a primeira atriz com quem contracenei, estava também entre as atrizes na última vez que trabalhei como ator na tv, muito antes de qualquer touchdown...
Do widzenia, Ida!
3 comments:
Nice Stuff!
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Regards,
Mehta
bela mensagem para esta grande mulher.....parabens pelo post!!
André
Sou a Celinha,que você conheceu em 1965 com o grupo do Luis Claudio,Paulo Afonso,lembra ?
Bela homenagem a Ida Gomes.
Beijo
Celinha
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