
Eu estava bastante surpreso com o nome Arizona ligado a Super Bowl em situação outra que como estado anfitrião do evento. O Cardinals conseguindo aparecer no Super Bowl não seria o palpite de nenhuma pessoa que acompanha a NFL profissionalmente quando começou a última temporada. Mas depois de assistir o desempenho do time contra o Philadelphia Eagles no Campeonato da NFC eu fiquei bastante preparado para uma possivel vitória sobre o superior Pittsburgh Steelers.
Eu escolho não torcer por nenhum dos dois times, não aposto, e reluto em fazer previsões. Gosto mais de assistir o jogo me sentindo isento e observador. Ainda mais neste Super Bowl disputado no mesmo estádio em que narrei o Super Bowl XXXV, tendo de um lado um time comandado pelo Kurt Warner cuja bela vitória contra o Tennesse Titans no Super Bowl XXXIV eu narrei no Georgia Dome em 2000, e o outro pelo simpático Ben Roethlisberger que entrevistei em Detroit, durante a semana de cobertura do Super Bowl XL. É engraçado quando você já teve um contato pessoal com os caras. Cria uma simpatia e fica mais difícil torcer contra.
Eu já disse que costumo torcer para que o time que jogar melhor e merecer mais sair vencedor. Mas confesso que ontem, antes do jogo, eu estava torcendo pelo Arizona Cardinals. E isto por duas razões. A primeira porque acho que seria uma boa história, seria bom para o esporte. E a segunda pelo Kurt Warner. Eu admiro quando alguém que esteve por cima cai, e consegue subir de novo pelos seus próprios méritos. Isto já me aconteceu na vida e espero que aconteça de novo pois a sensação é muito boa. E foi isto que aconteceu com o Kurt Warner nestes últimos anos.
Mas com o andamento do jogo estes meus sentimentos pessoais foram para o segundo plano. O Pittsburgh Steelers estava jogando muito melhor e merecendo vencer. O esforço do Cardinals foi incrível para tentar reencontrar o seu melhor jogo. Não vou comentar detalhes do jogo aqui porque isto pode ser lido em centenas de sites e blogs.
Mas com momentos como o retorno de interceptaçao para touchdown de 100 jardas de James Harrison, os dois touchdowns de Larry Fitzgerald, marcadíssimo, quando teve a chance, e a atlética e quase mágica recepção de TD de Santonio Holmes, acordei (com grande déficit de sono) pensando nas 106 jardas com as quais o Cardinals presenteiou o Steelers através de 11 faltas. A maioria delas não sendo false starts ou offsides por falta de concentração, mas um coquetel de movimentos anti-éticos como Chop Block,
Roughing the Passer, Unnecessary Roughness, Face Mask, além de
Holdings caros. Então, só quero deixar uma pergunta no ar: Como teria sido o jogo se a equipe do Cardinals tivesse tido mais disciplina?
E este tema é muito bom para os times brasileiros discutirem entre si.
P.S.: Parabéns para o primeiro Hexacampeão do Super Bowl, o Pittsburgh Steelers, e para a sua torcida. E alô, Dallas Cowboys e San Francisco 49ers... quantos anos vai durar este recorde?