Em 1905, o Presidente
Theodore Roosevelt ameaçou banir o esporte do futebol americano devido à uma
série de falecimentos de jogadores em
decorrência de lesões sofridas em jogos. Como opção, ele reuniu 13 líderes de
universidades e como resultado da reunião foi fundada em 1906 uma associação
que em 1910 se tornou a National Collegiate Athletic Association (NCAA) que até
hoje rege o esporte em nível amador nos Estados Unidos.
A preocupação da NCAA com a
segurança dos atletas é constante e de quando em quando suas regras são
revisadas.
Para este ano aprovaram
mover o kickoff para a linha de 35 jardas e o touchback para a de 25. A perda
do capacete (exceto como resultante de falta do adversário, como um facemask
por exemplo) será tratada como uma contusão e o jogador terá que ficar fora por
um down. O bloqueio abaixo da cintura é proibido com excessão de jogadores
dentro do tacklebox que não estão em movimento no momento do snap. O Shield
Blocking em jogadas de punt também está proibido devido aos saltos perigosos
que podem resultar em aterrissagens de cabeça ou nos ombros.
Enquanto estes cuidados são
implementados no país criador deste esporte, com o excepcional crescimento do
futebol americano no Brasil desde 2009, notamos que comportamentos ousados e
arriscados andam sendo um tanto negligenciados por quem deve contê-los.
Podemos considerar os nosso jogadores
mais experientes ainda como principiantes após 3 anos, e os menos experientes
como de fato iniciantes. Independentemente de talento ou habilidades é preciso
considerar a preparação física necessária para cada posição e até mesmo para que
tipo de jogadas. Não vale a pena tentar ousadias para as quais não se está fisicamente
apto.
Ganhar o jogo é naturalmente
o objetivo de cada time e cada jogador. Mas ganhar um jogo e não ter mais
condições de praticar o esporte não vale a pena. Sair bem na fotografia num
momento de heroísmo, arriscando a sua integridade, saúde, ou a de companheiros
ou adversários não é contribuir para o seu time e menos ainda para o desenvolvimento
do futebol americano no Brasil.
Apelo aqui aos jogadores,
dirigentes, e particularmente aos técnicos de nossos times que façam uma
avaliação cuidadosa de cada um mesmo que isto possa afetar a genialidade da
criação do seu playbook. Assumam a responsabilidade pela saúde e vida de cada
um.
E de maneira alguma permitam
sequer um down sem uma ambulância com pessoas habilitadas para prestar
primeiros socorros. No Torneio Touchdown isto invalidaria automaticamente um
jogo. Mas que não seja apenas pelo temor da punição pela sua federação ou
organização seja qual for. E sim por
respeito e amor ao próximo e pelo esporte em si.
Isto não é uma espinafrada,
mas um bom alerta!